Os
igualitaristas afirmam que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais;
a subordinação feminina foi parte do castigo divino por causa da Queda, com
consequentes reflexos socioculturais. Em Cristo, essa punição (e seus reflexos)
é removida; assim, com o advento do evangelho, as mulheres têm direitos iguais
aos dos homens de ocupar cargos de oficialato na Igreja. Os diferencialistas,
por sua vez, entendem que desde a Criação – e portanto, antes da Queda – Deus
estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são
peculiarmente diferentes. A diferença entre eles é complementar, ou seja, o homem
e a mulher, com suas características e funções distintas, se completam. A
diferença de funções não implica em diferença de valor ou inferioridade de um
em relação ao outro. Semelhantemente, as consequentes diferenças socioculturais
nem sempre refletem a visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um. O
homem foi feito como cabeça da mulher – esse princípio implica em diferente
papel funcional do homem, que é o de liderar. Não implica que o homem é
superior à mulher, em qualquer sentido. Assim, os diferencialistas mantêm que a
diferença de papéis e igualdade ontológica (do ser) são duas verdades
perfeitamente compatíveis e bíblicas, enquanto que os igualitaristas afirmam
que diferença de papéis implica inevitavelmente em julgamento de valor.[1]
Várias
alegações são colocadas pelos igualitaristas, no sentido de fundamentar
biblicamente suas posições acerca da ordenação de mulheres ao ministério.[2]
Observemos algumas:
Argumentação:
Em Gênesis 1 Adão e Eva forma criados iguais, dessa forma, não deveria existir
diferença de papel ou de autoridade entre eles.
Refutação:
Ter os mesmos valores não significa ter os mesmos papéis. Homens e mulheres
foram criados ontologicamente iguais, para hierarquicamente exercerem papéis
diferentes. Ter igual valor, igual honra, igual pessoalidade e igual
importância não exigem que as pessoas tenham iguais papéis nem igual
autoridade.[3]
Argumentação:
Em Gênesis 1-3, o governo masculino só se manifestou depois da Queda e é, por
isso, produto do pecado.
Refutação:
Grudem apresenta dez argumentos que comprovam que o governo masculino já
existia antes da queda [4];
-
A ordem. Adão foi criado primeiro e Eva, depois (Gn 2.7; 18-23; 1 Tm 2.13)
-
A representação. Era Adão, não Eva, quem tinha o papel especial de representar
a raça humana (1 Co 15.22-45, 49; Rm 5.12-21).
-
A nomeação da mulher. Adão deu nome a Eva; Eva não deu nome a Adão (Gn 2.23).
-
A nomeação da raça humana. Deus deu à raça humana o nome de “Homem”, na o de
“Mulher” (Gn 5.2).
-
A responsabilidade primária: Depois da Queda, Deus chamou primeiro a Adão para
que lhe prestasse contas (Gn 3.9).
-
O propósito. Deus criou Eva para ser a auxiliadora de Adão, não Adão para ser
auxiliador de Eva (Gn 2.18; 1 Co 11.9).
-
A restauração. A salvação em Cristo no Novo Testamento reafirma a ordem da
criação (Cl 3.18, 19).
-
O mistério. O casamento desde o princípio da criação era uma figura da relação
de Cristo com a Igreja (Ef 5.32,33).
-
O paralelismo com a Trindade. Igualdade, diferenças e unidade entre homens e
mulheres refletem igualdade, diferenças e unidade na Trindade (1 Co 11.3).
Argumentação:
A liderança de Débora em Israel (Jz 4) revela que Deus pode chamar mulheres
para papéis de liderança.
Refutação:
Embora a contribuição de Débora deva ser considerada em alta importância, ela
confirmou a liderança masculina sobre o povo de Deus, quando diante da
hesitação de Baraque (Jz 4.8) ela o repreendeu (Jz 4.9). Baraque por fim
assumiu o comando da investida (Jz 4.14-16), tanto que nas passagens bíblicas
subsequentes que lembram este episódio somente a liderança de Baraque é
evidenciada (1 Sm 12.11; Hb 11.32).[5]
Argumentação:
O fato de Jesus ter designado somente homens para o apostolado foi uma simples
concessão à cultura de seus dias; não é normativo para nós hoje.
Refutação:
O Senhor Jesus nunca fez concessão à cultura do seu tempo quanto ao que é
moralmente certo e errado, ao contrário, ele confrontou o sistema e a tradição
religiosa, e a prova disso é que conversou com mulheres em público, inclusive
com uma samaritana (Jo 4.5-30) e uma cananeia (Mt 15.21-28). Os próprios
igualitaristas reconhecem isso;
Jesus,
talvez de modo extremamente notável, apartou-se das normas culturais quando
incluiu as mulheres entre os seus seguidores [...] Em contraste com muitos
rabinos que consideravam inadequado instruir mulheres, Jesus estava pronto a
ensinar-lhes [...] [Ao responder a Marta do povoado de Betânia em Lucas 10.41]
Jesus transtornou as prioridades culturais determinadas para as mulheres. [...]
O nosso Senhor pôs de lado os preceitos costumeiros da sua época e restaurou a
determinação do Antigo Testamento de que homens e mulheres se aplicassem ao
aprendizado da lei de Deus (Lc 11. 27, 28).[6]
Particularmente,
não acredito que Jesus se dobrou diante do modelo cultural implantado, não
separando mulheres ao apostolado. O fato não se tratou de uma convenção
cultural, mas da observação de um princípio natural e espiritual. O restante do
Novo Testamento consolida esta ideia.
Argumentação:
Assim como no caso de Priscila que ensinou Apolo (At 18.26), as mulheres podem
ensinar aos homens na igreja.
Refutação:
Neste e em outros pontos que abordaremos a posição complementarista se divide
entre moderados e radicais. Os moderados admitem que em alguns casos uma mulher
pode ensinar a homens (e até liderar), desde que tenha sobre ela uma liderança
masculina maior. Como exemplo pode-se citar uma missionária, que prega e ensina
publicamente a homens, mas que não é ordenada, e que tem sobre ela a autoridade
de um pastor/presbítero/bispo. No caso de Priscila o ensino foi pessoal
(tomaram-no consigo), e ela não exercia o ofício de presbítera/bispa. Assim
como no caso de Priscila, há na atualidade milhares de mulheres que cooperam
com o ensino da Palavra na igreja, das mais diversas formas e maneiras, sem
necessariamente precisar de ordenação para isso, estando sempre em última
instância sob uma liderança masculina. O fato do nome de Priscila aparecer em
algumas passagens antes do nome de seu marido Áquila, não significa que ela
exercia autoridade sobre ele. Como muitos comentaristas já observaram, a ordem
dos nomes pode se referir a uma variação textual estilística, a uma posição
social de Priscila diferenciada (origem nobre) e até a uma personalidade mais
forte que a do seu marido. A verdade é que ninguém tem plena convicção sobre a
alteração na ordem dos nomes.[7]
Além
dos argumentos bíblicos já citados e refutados sobre a ordenação de mulheres,
ainda há outros, dentre os quais o apostolado de Júnias (Rm 16.7), o
significado do termo “cabeça” (gr. kephale) em Efésios 5.23, o significado de
“um em Cristo” (Gl 3.28), o contexto da proibição do ensino pelas mulheres (1
Tm 2.11-15), etc., todos passivos de contestação. Para uma abordagem mais ampla
sobre o assunto indico as seguintes obras:
- CULVER, Robert D et al. Mulheres
no Ministério: quatro opiniões sobre o papel da mulher na igreja. São Paulo:
Mundo Cristão, 2006.
- DORIANI,
Dan. Mulheres e Ministérios. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
- EDWARD,
Brian. Homens, mulheres e autoridade: servindo juntos na igreja. São Paulo:
PES, 2007.
- PIPER,
John. Qual a diferença?: masculinidade e feminilidade definidos de acordo com a
Bíblia. Niterói-RJ: Tempo de Colheita, 2010.
- GRUDEM,
Wayne. O feminismo evangélico: um novo caminho para o liberalismo. São Paulo:
Cultura Cristã, 2009.
______.
Confrontando o feminismo evangélico. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
- KNIGHT
III, George W. Homem e Mulher: suas atribuições. São Paulo: Editora Puritanos,
2000.
- LOPES,
Augustus N. Ordenação de Mulheres: que diz o Novo Testamento? São Paulo: PES.
QUESTÕES
HISTÓRICAS SOBRE A ORDENAÇÃO DE MULHERES
Na
perspectiva histórica, a ordenação de mulheres não é ensinada ou praticada no
período dos pais da igreja, nem por ocasião da Reforma Protestante.[8] É
somente entre alguns grupos de reformadores radicais, como por exemplo os
Quacres (séc. XVII), que as mulheres ganham espaço para o ensino e a pregação
pública, mas sem nenhuma conotação clerical. Foi a quacres Margaret Fell
(1614-1702) quem escreveu Women Speaking Justified (O discurso das mulheres
reabilitado), o primeiro livro da autoria de uma mulher que refletia uma
teologia fundamentada na Bíblia a favor da ministração pública por mulheres.[9]
Os Batistas e os metodistas também cooperaram neste processo (séc. XVIII e
XIX).[10] O movimento missionário foi o que teve a maior participação de
mulheres no século XIX. A aliança Cristã e Missionária, de A. B. Simpson,
treinava e sustentava mulheres em atividades missionárias, onde muitas delas se
tornaram líderes nos primeiros anos de avivamento pentecostal.[11]
O
Movimento Pentecostal (séc. XX) também contribuiu para uma participação maior
da mulher na pregação e no ensino público. As mulheres estavam na linha de
frente do movimento pentecostal, onde dentre as quais podemos citar Agnes
Ozman, Lucy Farrow, Jennie Evans Moore, Elizabeth Duncam Baker e Aimee Semple
McPherson.[12]
Foi
no ano de 1853 que aconteceu a primeira ordenação de uma mulher americana ao
ministério pastoral, Antoinette Louisa Blackwell, por uma denominação
conhecida, a Igreja Congregacional [13], fato este que dividiu as opiniões da
denominação, que não reconheceu a sua ordenação. Ela era uma grande oradora [14],
uma abolicionista e feminista ativa.[15] A partir de então a ordenação de
mulheres foi acatada em algumas denominações evangélicas. Como exemplo, em 1866
a Igreja Metodista no Condado de Jasper, Indiana, ordenou Helenor Alter
Davisson à pastora, em 1880, Anna Howard Shaw foi ordenado pela Igreja
Metodista Protestante, e em 1893, Edith Livingston Peake foi nomeada
evangelista presbiteriana pela Primeira Presbiteriana Unida de San Francisco.[16]
Para maiores informações sobre a ordenação de mulheres nas igrejas protestantes
acesse o site www.religioustolerance.org.[17] É notório que a ordenação
feminina foi realizada geralmente com controvérsias, partindo na maioria dos
casos de ministérios locais, e não da liderança denominacional.
No
Brasil, conforme Estrada:
[...]
a ordenação de mulheres ao ministério da palavra e sacramento, já é uma
realidade em várias igrejas. Desde 1922 o Exército da Salvação, através de
ministérios ordenados masculino e feminino, teve um grande impacto nas igrejas.
Na discussão igrejas protestantes em relação à ordenação de mulheres remonta
aos anos 30. Como resultado, encontramos que em 1958 a Igreja do Evangelho
Quadrangular (Iglesia del Cuadroangular Evangelio) ordenou os primeiros ministros
brasileiros mulheres, e em 1970, o Conselho Geral da Igreja Metodista aprovou a
ordenação de mulheres. Algumas diaconisas foram prontamente ordenados como
anciãos. A Igreja de Confissão Luterana também começou a ordenar mulheres ao
redor do mesmo período. A Igreja Episcopal do Brasil lutou para a ordenação de
mulheres e conseguiu isso na década de 80. Quanto às igrejas Presbiteriana do
Brasil em particular, até este ano apenas a Igreja Presbiteriana Unida havia
concordado em ordenar mulheres, e já tem pelo menos quatro pastores ordenados
mulheres. A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil discutiu o assunto para
um número de anos, até que em fevereiro de 1999, o Conselho Supremo aprovou uma
reforma constitucional em que a ordenação de mulheres como presbíteros e
pastores foi aceito.[18]
Na
Constituição das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, a orientação
foi:
[...]
As Escrituras ensinam claramente que divinamente chamadas e qualificadas, as
mulheres podem também servir a Igreja na Palavra. (Joel 2:28, Atos 21:09, 1
Coríntios 11:5). As mulheres que tenham se desenvolvido no ministério da
Palavra, para que tiveram seu ministério reconhecido em geral, e que provaram
as suas qualificações no serviço real, e que tenham cumprido todos os requisitos
das comissões credenciais dos conselhos distritais, têm direito a qualquer grau
de credenciais de seu mandado de qualificações, e o direito de administrar as
ordenanças da igreja quando esses atos forem necessários.[19]
No
ano de 1977 foram listadas nas Assembleias de Deus nos Estados Unidos 1600
mulheres ordenadas, onde apenas 292 pastoreavam igrejas, e isso geralmente na
ausência de uma liderança masculina. As demais eram missionárias, evangelistas,
ensinadoras e esposas de pastores.[20]
É
necessário lembrar neste ponto, que o modelo de governo eclesiástico nas
Assembleias de Deus no Brasil seguiu o padrão sueco do início do século XX,
onde o crente que tivesse o propósito de se tornar um pregador pentecostal e
chegar ao “topo da coletividade”, deveria se matricular numa escola bíblica
informal, participando de um curso que durava seis semanas, com aulas de
interpretação bíblica, homilética e outros assuntos. Ao final do curso o aluno
recebia o título de “evangelista”, e deveria sair para pregar o evangelho no
país. O referido “evangelista” poderia “subir de posto” na igreja, passando a
se chamar “pregador”, e depois disso poderia chegar ao posto de bispo (pastor).
No modelo sueco as mulheres podiam se tornar “evangelistas”, mas não lhes era
permitido ser uma “pregadora” ou “bispa”, ou seja, não eram ordenadas para
pastorear, e por isso não presidiam igrejas.[21]
Um
fato interessante é o que envolve a irmã Deolinda Ramos. Durante a primeira
Escola Bíblica da Assembleia de Deus de São Cristóvão, entre 5 e 11/08/1929,
igreja então presidida pelo missionário Gunnar Vingren, houve a consagração de
três evangelistas, e conforme Vingren escreveu para o jornal sueco Evangelli
Harold, entre os consagrados estava a irmã Deolinda Ramos.[22] No entanto,
mesmo com o apoio de Vingren à ordenação de mulheres (diaconisas e
evangelistas), a ideia foi oficialmente reprovada nas assembleias convencionais
da CGADB.
O
entendimento sobre a insustentabilidade bíblica da ordenação de mulheres nas
Assembleias de Deus no Brasil não prejudicou a participação das mulheres na
construção da história da denominação. Nomes como os de Frida Vingren, Signe
Carlson, Emília Costa, Florência Silva Pereira e Ruth Dorris F. Lemos, podem
ser lembrados e citados.[23]
A
QUESTÃO DA EXPERIÊNCIA POSITIVA
Em
uma das minhas agendas tive a oportunidade de conversar com um pastor
presidente assembleiano numa cidade do Brasil, e o mesmo me disse que em seu
ministério havia pastoras, e que o trabalho delas era melhor do que os dos
pastores. Esse argumento tem sido usado para defender a legitimidade da
ordenação de mulheres ao ministério pastoral.
Um
outro fato conhecido de muitos é que alguns líderes estaduais dão às mulheres
responsabilidades à frente de congregações e campos, mas não realizam a sua
ordenação “oficial”, certamente para não entrarem em conflito com as resoluções
da CGADB.
Precisamos
entender que a experiência por si só não justifica a prática. A Bíblia deve
nortear nossa vivência cristã e eclesiástica. Nem tudo que dá certo, que funciona
ou que dá resultados é sinal da bênção ou aprovação de Deus. A questão
primordial é a fundamentação bíblica para a prática, e na falta de modelos
objetivos, segue-se a aplicação de princípios. O Novo Testamento nos oferece de
forma clara o modelo de governo para a Igreja. As experiências negativas das
mulheres na condição de pastoras não são relatadas pelos defensores da
ordenação de mulheres.
[1]
LOPES, Augustus N. Ordenação de Mulheres: que diz o Novo Testamento? São Paulo:
PES, p. 5 e 6
[2]
GRUDEM, Wayne. Confrontando o feminismo evangélico. São Paulo: Cultura Cristã,
2009.
[3]
Ibid., p. 59.
[4]
Ibid., p. 61.
[5]
Ibid., p. 72.
[6]
GRENZ, Stanley. Whomen in the church, p. 74-75 apud GRUDEM, ibid., p. 76.
[7]
Ibid., p. 87.
[8]
DORIANI, Dan. Mulheres e Ministérios. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p.
154-169.
[9]
SYNAN, Vinson. O século do Espírito Santo: 100 anos de avivamento pentecostal e
carismático. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 320.
[10] CULVER, Robert D et al. Mulheres no Ministério: quatro opiniões
sobre o papel da mulher na igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2006, p. 15-25.
[11]
SYNAN, ibid., p. 329.
[12]
Ibid., p. 331-339.
[13]
Disponível em http://www.infoplease.com/spot/womensfirsts1.html, acessado em
16/04/201.
[14]
Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Antoinette_Brown_Blackwell, acessado
em 16/04/2012.
[15]
A Columbia Encyclopedia Eletrônico, 6 ª ed. Copyright © 2007, Columbia
University Press.
[16]
Disponível em http://en.wikipedia.org/…/Ordination_of_women_in_Protestant…,
acessado em 16/04/2012.
[17]
Disponível em http://www.religioustolerance.org/femclrg13.htm, acessado em
16/04/2012.
[18]
ESTRADA, Leciane Goulart Duque. Uma história do Brasil. Disponível em
http://www.warc.ch/dp/rw9912/02.html, acessado em16/04/2012.
[19]
HOWE, E. Margareth. Mulheres e liderança na igreja. Disponível em
http://www.womenpriests.org/classic2/howe07.asp, acessado em 16/04/2012.
[20]
Ibid.
[21]
ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2007, p. 580.
[22]
Ibid., p. 84-85.
[23]
Ibid.
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