Chegando os
filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o
povo ficou em Cades. Ali, morreu Miriã e, ali, foi sepultada.
Não havia água
para o povo; então, se ajuntaram contra Moisés e contra Arão.
E o povo
contendeu com Moisés, e disseram: Antes tivéssemos perecido quando expiraram
nossos irmãos perante o SENHOR!
Por que
trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para morrermos aí, nós e os
nossos animais?
E por que nos
fizestes subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar, que não é de
cereais, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber?
Então, Moisés e
Arão se foram de diante do povo para a porta da tenda da congregação e se
lançaram sobre o seu rosto; e a glória do SENHOR lhes apareceu.
Disse o SENHOR a
Moisés:
Toma o bordão,
ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e dará a
sua água; assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos
seus animais.
Então, Moisés
tomou o bordão de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado.
Moisés e Arão
reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes:
porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros?
Moisés levantou
a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e
bebeu a congregação e os seus animais.
Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para
me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este
povo na terra que lhe dei.
(Números 20.1-12, ARA)
Mas uma vez Moisés foi confrontado
pelo povo, que duvidava de sua liderança espiritual. Os constantes embates,
injustiças, pressões e incompreensões da liderança podem deixar o líder debaixo
de um profundo estresse.
A atitude inicial de Moisés foi bem
espiritual, ou seja, buscou a presença de Deus na porta da tenda da congregação
e lhe apresentou a situação em oração, com o rosto em terra. Aumentando mais
ainda a espiritualidade envolvida no episódio, testemunharam a manifestação da
glória do Senhor e o ouvir da sua voz dando-lhes a devida direção a ser tomada.
Que momento maravilhoso! Em meio às
angústias e labores da liderança espiritual, nada melhor do que a perceptiva
presença do Senhor e o ouvir a sua voz. Tal experiência é revigorante,
renovadora e fortalecedora. Diante de um momento como este o líder geralmente
se enche de convicção da sua autoridade espiritual, e descansa na direção
daquele que tudo sabe e pode.
Moisés saiu daquela atmosfera espiritual
e caminhou em direção ao povo. Acontece que entre aquele momento
de singular e extraordinária experiência espiritual na porta da tenda da
congregação, até a chegada diante do povo, algo acontece no mais profundo do
ser de Moisés, que alterar o seu humor, e que lhe deixa cativo de suas emoções.
O resultado é que ele acaba não seguindo as
orientações de Deus, lhe desobedecendo radicalmente, e ainda culmina despejando toda a sua
ira no povo e na pedra. O povo é ferido com palavras, a pedra é ferida com a
vara, e Deus é ferido com a desobediência de Moisés. As emoções fora do controle
geralmente se tornam armas que ferem todos e tudo que nos cercam, nos fazendo
perder grandes oportunidades e bênçãos.
Quando as nossas emoções saem do domínio
do Espírito, quando nos deixamos ser controlados por elas, acabamos por repetir
o erro de Moisés.
Saímos do culto onde pregamos, oramos,
glorificamos, adoramos, rimos, choramos e nos alegramos com a presença e diante
da voz do Senhor, para logo no pátio da igreja, no trânsito ou ao chegarmos em
casa despejarmos violentamente em alguém as nossas contrariedades emocionais em forma de
gritos, xingamentos, humilhações e outras expressões grotescas.
Já pude testemunhar oscilações de
uma atitude espiritual para a instabilidade emocional em pleno culto, onde dirigentes
discutem com músicos, com crianças, com adolescentes, com jovens, com
sonoplastas, etc., e tudo isso em meio a uma atmosfera espiritual.
Mais do que simplesmente
experiências circunstanciais e momentos espirituais, precisamos viver no
Espírito para a glória de Deus. Somente assim não nos inclinaremos para
sentimentos e atitudes carnais que não agradam ao Pai (Rm 8.5-8).
É preciso ter cuidado com as
emoções, pois elas podem nos causar muitos danos. Quem nunca foi traído por
elas?
Um comentário:
È verdade, lembrei de algumas passagens de minha vida que descarreguei palavras em alguem que até pode ser que merecesse ouvir mas não daquele jeito, como moisés descarregou sua frustração com o povo na pedra... bela mensagem.
J. Cipriano
Postar um comentário