TIAGO
1.19
Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para
ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
1.20 Porque a ira do homem não produz a justiça de
Deus.
1.21
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com
mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa
alma.
1.22
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos
a vós mesmos.
1.23
Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem
que contempla, num espelho, o seu rosto natural;
1.24
pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a
sua aparência.
1.25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei
perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas
operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.
1.26
Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o
próprio coração, a sua religião é vã.
1.27
A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado
do mundo.
O cuidado com o falar está
diretamente relacionado com a verdadeira espiritualidade, com a religiosidade
pura e imaculada.
Enquanto escrevo o presente
texto, me sinto ainda inconformado com algumas palavras ouvidas que não
condizem com a verdade de um determinado contexto. Observemos algumas questões
que envolvem o cuidado com o falar:
1
– Cuidado com o falar fora do tempo
Há um tempo certo para falar
as coisas. Falar uma verdade, ou tecer uma crítica ou comentário, implica em
discernir o momento oportuno. Falar a coisa certa no tempo errado poderá
resultar em grandes transtornos. Antecipar a fala, ou falar tardiamente não
atitudes que implicam na falta de sabedoria.
2
– Cuidado com o modo de falar
Controlar a maneira de
falar, principalmente quando sentimentos de indignação, raiva e ira nos
envolvem, não é tarefa muito fácil. Nossas palavras geralmente carregam e
expressam no tom os nossos sentimentos. Gritar ou levantar o tom da voz é uma
das maneiras de manifestar indignação. Desenvolver a inteligência emocional que
nos leva a pensar não antes de falar é um grande desafio a ser alcançado. A
grande questão aqui não é a de não demonstrar os sentimentos no falar, mas de
perder o controle dos sentimentos e da fala.
3
– Cuidado com o que falar
O conteúdo da fala do
cristão deve estar livre de mentiras ou jogos semânticos. Mentir descaradamente
ou dissimuladamente é pecado. O diabo é o pai da mentira. Uma meia-verdade é
também uma meia-mentira. Tentar dissimular através do falar e de jogos
semânticos diante de pessoas inteligentes demonstra a falta de inteligência do
dissimulador. Palavras de baixo nível não devem fazer parte do vocabulário do
cristão. Há pessoas que antes de falar mentiras aos outros, mentem para si
mesmos, enganando o seu coração (v.26). As pessoas falam mentiras para
conquistar ou manter-se em posições já conquistadas. Há pessoas que falam para
difamar, injuriar, denegrir, humilhar, etc. Tenhamos cuidado com o que falamos,
pois seremos julgados por isso.
4
– Cuidado com o local de falar
Há locais adequados para
determinados tipos de conversar, discussões, etc. O ambiente deve ser considerado
na ora de pronunciarmos algumas palavras, de revelarmos alguns fatos, ou de
denunciarmos alguns erros. Questões que ganharam publicidade ampla talvez
precisem ser esclarecidas na mesma proporção. As instâncias de discussões e
soluções de problemas devem ser respeitadas.
5
– Cuidado com a responsabilidade de falar
Omitir a fala pode ser
considerado um ato de covardia e conveniência egoísta. Na direção do Espírito,
fundamentado em princípios bíblicos, o crente não deve temer falar ou se
posicionar diante das mais diversas questões que envolvem o cotidiano na
família, trabalho, escola, igreja, etc., mas sempre considerando as questões
aqui citadas.
Haverá casos em que você
falará no tempo, do modo, no local, da maneira e a coisa certa, e mesmo assim sofrerá
retaliações, incompreensões e perseguições por isso. Não tema! Confie em Deus,
o justo juiz, que a seu tempo e forma julgará a questão.
Quanto ao ouvir
Ouvir é uma capacidade que
precisa ser desenvolvida, pois nos torna mais sábios, uma vez que ouvindo
aprendemos, refletimos, ponderamos. Pais, administradores, chefes, gerentes,
pastores, professores e outros em
posição de liderança precisam ouvir seus liderados. Ouvir mais e falar menos é
uma atitude prudente. A Bíblia nos alerta “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
Para concluir, a nossa fala
“religiosa” precisa estar em sintonia com a nossa prática “religiosa”, ou seja,
o nosso discurso e as nossas boas obras precisam caminhar de mãos dadas na
estrada do viver cristão.
Ninguém está isento de
tropeçar no falar, a grande questão é se aprenderemos com os tropeços, para que
assim possamos nos livrar de grandes quedas.
O presente conteúdo servirá
também para a lição 8 “O cuidado com a língua”, que tratará praticamente das
mesmas questões, pois ter cuidado com o falar é ter cuidado com a língua.
Abreu e Lima-PE, 01/08/2014.
Um comentário:
Obrigado pelo seu texto. Que Deus o abençoe.
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