O caminho para um casamento dentro
da vontade de Deus se inicia no namoro.
A
VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO
Assim como em muitas outras
práticas, não encontramos na vida da sociedade pós-moderna um padrão cultural universal para o
namoro, noivado e casamento. O próprio modelo dos tempos bíblicos tornou-se
impraticável em algumas culturas, visto que envolvia entre outras coisas a idade
mínima de 12 anos para as moças e 13 anos para os rapazes (tradição rabínica).
Os pais escolhiam na maioria
das vezes com quem seus filhos casariam (Gn 24.33-53; Gn 21.21; Gn 28.1-2; Gn
28.8-9; Gn 34.4-6; Gn 38.6; Jz 14.2-3; Js 15.16; I Sm 8.17, etc.). Havia o
pagamento do dote "mohar"
(valor simbólico) feito pelo pretendente aos pais da moça (Gn 29.15; 34.12).
Era costume casar-se com um
parente (Gn 24.4; 28.2; 29.19; Jz 14.3, etc.), isso evitava transferência dos
bens das tribos, como também influências negativas de práticas idólatras e
imorais. Deve-se salientar que no interior da família eram proibidos os
casamentos com parentes imediatos (Lv 18 e 20).
Os "esponsais" ou
"promessa de casamento", uma vez quebrados, eram passíveis de
penalidades a(s) partes responsáveis (I Sm 18.17-19; 18.26-27), visto que o
"noivado" trazia consigo direitos e obrigações quase idênticos ao
casamento.
Apesar de mudar quanto a
forma, o namoro e noivado em todas as culturas, devem moldar-se aos princípios bíblicos da castidade, fidelidade, compromisso, respeito, verdade e amor.
O namoro, juntamente com o
noivado, pode ser definido como um relacionamento entre duas pessoas de sexo
opostos, baseado no amor, tendo por finalidade maior, a preparação para um
casamento dentro da vontade de Deus.
QUESTÕES
PRÁTICAS SOBRE O NAMORO CRISTÃO
1. Quando começar a namorar? Quando se estiver pronto para enfrentar
os desafios que o casamento impõe. Isso implica em preferencialmente terminar
os estudos, ter um emprego, maturidade, etc. É preciso ter cuidado com os
chamados “casamento pela fé”, onde a falta de recursos, moradia, planejamento e
organização pode acabar comprometendo a vida do jovem casal.
2. Com quem namorar? Filhos de
Deus devem se unir em namoro e casamento com outros filhos de Deus (2 Co
6.14-16). A realidade das divisões denominacionais em nosso tempo implica na
necessidade de se buscar um namorado(a) da mesma linha de credo e costumes (Nm
36.5-9). Quando crentes de denominações e posições teológicas diferentes pensam
e se casar, precisam lidar com as seguintes questões:
-Onde irão congregar após
casados?
-Seus filhos serão batizados
por imersão ou aspersão? Sobre a trindade ou o unicismo? Sobre a atualidade do
batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em outras línguas, e dos
dons espirituais (carismas) ou o cessacionismo?
-Quais usos e costumes
adotarão?
Essas questões, apesar de
parecerem pequenas, na prática causam grandes divergências e transtornos.
3. Quais motivações devem ser evitadas para se começar um namoro?
Dentre muitas citamos:
-Aparência física (fator
estético)
-Interesses econômicos,
políticos e financeiros
-Imposição dos pais
-Influência dos amigos
-Desespero (impulsos
sexuais, insegurança advinda do avançar da idade, etc.)
4. Como fazer a escolha certa? Algumas questões precisam ser
consideradas no momento de escolher com quem se casar:
a) Senso da vontade de Deus
-Orar em toda e qualquer
situação (1 Ts 5.17)
-Ter a palavra de Deus como
instrumento de análise das motivações para o casamento, como também do perfil
de conduta do futuro cônjuge (Sl 119.105)
-Analisar as orientações
divinas em condições especiais, tendo cuidado de não usar a exceção com regra
(Gn 24.10-14). Isso implica em ter cuidado com os "profetas casamenteiros e
descasamenteiros", mestres em profetadas.
-Usar o bom senso, e
observar a conduta do pretendente na condição de filho (disposição para
trabalhar, respeito aos pais, obediência, etc.). Geralmente bons filhos
tornam-se bons cônjuges.
b) Senso de afinidade mútua
É preciso dialogar sobre:
-Os valores e afinidades
espirituais (dedicação e vocação)
-Os valores e afinidades
pessoais (preferências gerais, filhos, trabalho, estudos, etc.)
-Os valores e afinidades físicas
(aparência, higiene, saúde, etc.)
A ideia de casar com alguém,
ou fazer com que este se torne “à minha imagem
e semelhança” é equivocada, e não valoriza as diferenças entre as pessoas.
Afinidade não significa igualdade plena, mas a possibilidade de convivência e
tolerância entre os diferentes, num compromisso firmado para toda a vida, como
é o casamento, fundamentado no amor bíblico e cristão.
Como já sugerido por alguém:
“Se você deseja casar com uma pessoa
igual a você, que tal casar com você mesmo?”
5. Alguns problemas no namoro
cristão. O cristão que inicia um namoro deve ter como motivação e objetivo
um casamento dentro da vontade de Deus. Isso não significa que todo namoro deve
culminar obrigatoriamente num casamento, visto que o namoro é uma situação onde
os jovens devem se conhecer, e buscar a vontade de Deus para eles. É melhor, caso
seja necessário, terminar um namoro do que um casamento. Alguns cuidados no
namoro cristão devem ser tomados, dentre os quais:
- Rejeitar o descompromisso
ou "ficar" (Pv 5.18; Ml 2.1-14)
- Evitar intimidades físicas
resultantes de tentações, supostas provas de amor ou prova de virilidade,
imprudência, carnalidade, etc. (I Ts 4.3-7)
- Fugir do sexo pré-conjugal
(Gn 2.24; I Co 7.9; 2 Co 11.2)
Você que é um cristão
solteiro precisa entender que um namoro, e consequentemente um casamento fora
da vontade de Deus, só lhe trará desgastes, sofrimentos, frustrações e feridas
difíceis de serem cicatrizadas.
A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita
(Rm 12.2).
O
AMOR VERDADEIRO NO CASAMENTO
Não apenas na vida conjugal,
mas em todas os relacionamentos humanos, o amor verdadeiro precisa estar
fundamentado nos princípios de 1 Coríntios 13.4-7 (ARA):
O
amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses,
não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Tudo que se declare sendo
amor, mas que não considera as características acima, não passa de afirmações
vazias, mero sentimentalismo destituído de ação concreta.
Há muito amor de palco, encenação pública destituída de essência, de verdade. O amor verdadeiro é vivido nos bastidores da vida conjugal. Sim, ele também acaba sendo percebido publicamente, mas é genuíno e a sua força está no fundamento da Palavra.
Há muito amor de palco, encenação pública destituída de essência, de verdade. O amor verdadeiro é vivido nos bastidores da vida conjugal. Sim, ele também acaba sendo percebido publicamente, mas é genuíno e a sua força está no fundamento da Palavra.
A
FIDELIDADE CONJUGAL
Conforme o comentarista da
lição, que escreve no terceiro ponto:
“As
estruturas do matrimônio não foram preparadas para suportar o peso da
infidelidade, cujos efeitos sobre toda a família são devastadores. O adultério
é tremendamente destrutivo tanto para o homem como para a mulher (1 Co
6.15-20).”
É preciso deixar claro que a
afirmativa acima não aponta para a impossibilidade da restauração de um casamento
vitimado pela infidelidade conjugal, mas apenas destaca o alto grau de dificuldade diante de tal situação. Na lição 7, que trata sobre o divórcio, no
final do segundo ponto, que fala sobre a permissão para novo casamento, o
comentarista afirma claramente que apesar da quebra do pacto conjugal: “Todavia, em Jesus o crente tem forças para
perdoar e fazer o possível para restaurar o casamento.”
Há vários relatos publicados
em livros sobre casais que sofreram com a infidelidade conjugal, mas que com a
graça de Jesus tiveram os casamentos plenamente restaurados, onde o perdão foi
concedido para a glória de Deus (Mt 6.12; 18.23-35), que odeia o divórcio (Ml
2.13-16).
Busquemos em tudo a vontade
do Pai para o nosso casamento.
2 comentários:
Caro Pr. Altair Germano,
Sobre namoro, o que o texto de Gênesis, onde fala sobre a orientação de Deus ao empregado de Abraão na busca de uma mulher para Isaque, nos ensina hoje?
Se profecia de casamento for um equívoco, como eu assim penso, no que a passagem acima se diferencia disto?
Grato,
Gilmar
Amado Gilmar, Deus pode sim orientar seus filhos de várias maneiras (inclusive sobrenatural) na escolha de uma companheira. O que precisamos ter cuidado é com os abusos recorrentes de homens e mulheres que dizem falar em nome de Deus, mas que falam de si mesmos.
Diante de uma possível profecia sobre o assunto, o jovem cristão deve buscar a confirmação através dos meios citados aqui no post, principalmente das qualidades de um filho e filha de Deus à luz das Escrituras.
Abraços.
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