
Como são tolos os líderes que pensam, ou que alguém pensa, que são insubstituíveis. Por capaz, amável, carismático, atencioso, bondoso, hábil, eficiente, eficaz, por todas as qualidades que tenha, ninguém é insubstituível.
Grandes líderes da Bíblia, estabelecidos por Deus, tiveram alguém que os sucedessem com sucesso, sendo levantados também pelo Senhor. Na sucessão de Saul, lemos "Então, Samuel lhe disse: O SENHOR rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu." (1 Sm 15.28). Na sucessão de Elias, Eliseu recebeu porção dobrada do Espírito (2 Rs 2.9-14).
Não foi diferente entre Moisés e Josué. O tempo de Moisés como líder havia chegado. Em Dt 31.1-3, lemos o seguinte;
"Passou Moisés a falar estas palavras a todo o Israel e disse-lhes: Sou, hoje, da idade de cento e vinte anos. Já não posso sair e entrar, e o SENHOR me disse: Não passarás o Jordão. O SENHOR, teu Deus, passará adiante de ti; ele destruirá estas nações de diante de ti, e tu as possuirás; Josué passará adiante de ti, como o SENHOR tem dito."
Como é bom quando o líder percebe que o seu tempo chegou, e prepara o povo para receber bem o seu sucessor. Mas, nem sempre as coisas acontecem dessa forma. Com o propósito de alimentar a ganância do poder, movido por interesses financeiros (manter o nível salarial), ou para alimentar o desejo de seus admiradores (ou fãs), muitos líderes, prolongam a sua saída, resistem diante da necessidade de passar a liderança para outro, ou acabam criando sérios problemas no processo de sucessão. Já vi, e conheço casos absurdos em todos os níveis de liderança na igreja, desde pastores presidentes até líderes de órgãos e departamentos, inclusive, dirigentes e professores de Escola Dominical. Certamente, há casos em que o amor pela obra e pelas pessoas é o motivo da resistência às mudanças, mas, isso também, embora explique, não justifica a resistência.
Muitos líderes não fazem seguidores para o Senhor, fazem seguidores para si mesmos. Geralmente, a resistência à sucessão está relacionada com a mudança do "status espiritual". Quando a saída implica em ir para um campo maior, uma igreja maior, uma escola maior, uma sala maior, uma situação financeira ou de status melhor etc, geralmente não há problemas. A coisa pega é quando se sai de um trabalho numericamente ou com vantagens maiores para um menor, com suas desvantagens.
Muitos líderes comprometem a sua liderança, passando do tempo de sair. Se acham donos do trabalho, temem ficar no esquecimento ou com o sentimento de inutilidade. Além do mais, acabam sufocando, não dando espaço para as novas lideranças que surgem. Não se preocupam em mentorear ou treinar sucessores. "Sucesso sem sucessores é fracasso" (Webster)
"Deus nunca se prendeu a uma única pessoa a fim de cumprir seus eternos propósitos, mas os executa plenamente com os que se dispõe a cumprir sua Palavra", afirma o comentarista da Lição. Se você está atualmente na condição de um Moisés, peça a Deus que lhe oriente quanto ao seu tempo de permanência no trabalho que desenvolve, e quanto aos líderes que nesse exato momento estão sendo preparados por Ele para assumirem a obra. Se estás na condição de Josué, seja fiel a Deus e ao seu líder, aguardando pacientemente o tempo de Deus em sua vida, naquilo que ele te prometeu.
Nunca deseje mais, aceite mais, ou queira ir além daquilo o Senhor preparou para você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário