
Nos últimos anos, ocorreram mudanças culturais e sociais de tão grandes proporções que muitas pessoas declaram que estamos vivenciando uma era muito diferente das gerações anteriores. As pessoas acreditavam que havia um centro de verdade que definia para todos uma visão unificada de certo e de errado (sociedade cristã). Contudo isso já não é mais assim. O mundo de hoje (sociedade pós-cristã e pós-moderna) aceita a idéia de que as normas comportamentais são invenções humanas. Já não se acredita que sejam derivadas de uma fonte fora da humanidade (Deus). A verdade também tornou-se relativa e individualizada. Conseqüentemente, as pessoas hoje são encorajadas por aqueles que formam a opinião pública (professores, profissionais da mídia, políticos, psicólogos, etc.) a viverem por suas próprias regras, a definir a verdade por elas mesmas e a fazer o seu próprio mundo.
Em meio a tais concepções pós-modernas, como saber definir o certo do errado? Diante do quadro atual, como deve se posicionar a igreja? Onde ficam as Escrituras com seus princípios que fornecem uma base importante para a conduta moral do indivíduo? É ai que observamos a importância não somente do estudo da ética bíblica e cristã, mas também da necessidade de uma apologia e, acima de tudo, da necessidade de vivenciarmos a mesma.
As concepções e idéias pós-modernas já vistas acima proporcionaram a elaboração de algumas alternativas éticas (GEISLER, 1984), conforme abaixo descritas:
2. O Generalismo ( não há normas universais ) : Os generalistas acreditam no valor das normas éticas para ajudar o indivíduo a determinar qual a ação provavelmente trará o máximo bem para o maior número de pessoas. Em resumo há “regras”, “crenças”, “códigos”, etc., morais válidos para guiar decisões humanas na direção de aumentar ao máximo o bem na sociedade, mas nenhuma destas regras é universal. Nenhuma delas está isenta de exceções; todas elas devem ser quebradas em prol do princípio da utilidade, ou seja “os fins justificam os meios”.
3. O Situacionismo ( há uma norma universal ) : De modo contrário àquilo que a palavra “situacionismo” talvez parece subtender, ela não é usada aqui para representar uma ética completamente sem normas. Conforme um dos seus proponentes mais vigorosos, Joseph Fletcher, o situacionismo está localizado entre os extremos do legalismo e do antinomismo. Os antinomistas não tem lei, os legalistas tem leis para tudo, e o situacionismo só tem uma lei, a lei do amor. “Um fim amoroso justifica qualquer meio”. Há uma dificuldade na aplicação do situacionismo quando acontece um conflito na aplicação do “amor”. Quando e como ter-mos a certeza que agimos por “amor” em tais casos.
4. O Absolutismo Não Conflitante ( há muitas normas universais não conflitantes ) : A posição mais comum entre os absolutistas tradicionais é sustentar ou dar a entender que há muitas normas absolutas que nunca entram realmente em conflito. Cada norma abrange sua própria área de experiência humana e nunca entra em conflito real com outra norma absoluta.
5. O Absolutismo Ideal ( há muitas normas universais conflitantes ) : O absolutismo ideal não admite que é certo em qualquer ocasião, desobedecer a qualquer norma absoluta. Para o absolutismo ideal, não é a questão de fazer o melhor de dois bens, mas, sim, é questão de cometer o menor dos dois males. Contudo a culpa de uma forma ou de outra estará sempre presente.
6. O Hierarquismo ( há normas universais hierarquicamente ordenadas ) : O hierarquismo ético é assim chamado porque sustenta um arranjo ou ordem hierárquica das normas éticas, baseada na escala relativa de valores que representam. Quando dois ou mais destes valores entrarem em conflito, a pessoa está isenta da sua obrigação, doutra forma inevitável, de uma norma inferior, tendo em vista a obrigação preferencial da norma superior, sem contrair para si mesmo culpa alguma.
Os seguintes princípios são oferecidos como guia para fazer decisões, tendo em vista possíveis conflitos de valores:
a) As pessoas são mais valiosas do que as coisas : Há uma concordância geral no fato de que as pessoas são mais valiosas do que as coisas. É por isso que as pessoas devem ser amadas e as cosa devem ser usadas.
Diante do que acontece no mundo atual, nossos princípios e ações éticas não devem e não podem ficar confinados à vida congregacional ou ao círculo das relações cristãs. Ou nossa luz brilhará diante dos homens, influenciando assim nossa sociedade corrompida pelo pecado, ou seremos vencidos pelas trevas. Ou salgamos o mundo com a ética proposta por Jesus, ou seremos pelo pisados pelo mundo (Mt 5.13-16 ).
A ética do Reino de Deus, fundamentada nos princípios bíblicos e cristãos, sempre prevalecerá e produzirá um bem maior para os indivíduos e para a sociedade em geral, através da vida daqueles que se comprometem com Deus e com a sua palavra.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
COLSON, Charles. E Agora Como Viveremos?. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
GEISLER, Norman L. Ética Cristã. Vida Nova. 1984.
GRENZ, Stanley J. Dicionário de Teologia, Editora Vida, 2000.
Instituto Batista de Educação Teológica por Extensão. Introdução à Ética Cristã, 1985
PALMER, Micahael D. Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
2 comentários:
No ante penultimo paragrafo, a ultima frase do artigo, no meu ponto de vista deveria estar escrita nesta maneira: Como servos de Deus devemos sempre buscar em "primeira" estancia a direção do espirito santo de Deus
No mais fico otimo Deus abencoe o escritor desse artigo.
ass: Carlos Alberto
Pastor Altair, não sei se o senhor costuma responder comentários, mas tenho uma pergunta. Eu encontrei uns vídeos dessas lições bíblicas cocm o Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva, mas eu estou meio perdido quanto a esses vários textos. Porque parece que cada pastor escreve o seu texto, então estou em dúvida sobre qual dos textos ler. Além disso, não estou conseguindo converter para PDF os arquivos lá naquele site. Obrigado desde já e que Deus te abençoe.
Postar um comentário