Nos dias atuais, no contexto denominacional e confessional evangélico, existem questões doutrinárias periféricas conflitantes, que devem ser consideradas e respeitadas.
Como já disse e escrevi, é possível conviver respeitosamente e pacificamente com tais diferenças, desde que alguns limites sejam respeitados, pois do contrário, o conflito é inevitável.
Um exemplo disso é a questão soteriológica arminiana e calvinista, e a questão pneumatológica continuísta e cessacionista. Enquanto cada segmento evangélico respeitar o campo doutrinário e eclesial alheio, os problemas praticamente não existirão.
Um fato inegável é que a teologia arminiana e pentecostal clássica não é aceita pelos calvinistas cessacionistas (e até continuístas), e nem a teologia calvinista cessacionista é aceita pelos pentecostais clássicos arminianos. De ambos os lados, o conteúdo doutrinário de um é considerado um tipo de fermento pelo outro.
Na prática, e coerente com aquilo que acreditam, nos púlpitos das igrejas calvinistas, em suas escolas dominicais, em seus seminários teológicos, em suas publicações oficiais, eventos, etc., não há espaço para ensino e promoção de doutrina ou teologia arminiana e pentecostal clássica. Lá, o fermento arminiano e pentecostal clássico (assim considerados) não tem vez. Tal postura, considerando o contexto denominacional e confessional, no meu entendimento, está correta.
Infelizmente, no contexto das Assembleias Deus no Brasil, de teologia arminiana e pentecostal clássica, o mesmo não acontece. O fermento doutrinário e teológico calvinista e cessacionista encontrou guarida exatamente numa das principais bases de propagação doutrinária oficial da denominação, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD. Tal fato já foi exposto e comprovado exaustivamente aqui em minhas postagens.
Não importa o tipo de justificativa que se tente dar, nem a retórica usada para defender tal prática. O fato é que as dosagens deste fermento crescem consideravelmente, e a massa já está levedada.
Em sua defesa doutrinária, escrevendo aos Gálatas, Paulo permaneceu firme. Ele não temeu nenhum tipo de oposição ou acusação. As suas convicções lhe levaram, inclusive, a repreender Pedro publicamente (Gl 2.11-14).
Considerando a advertência de Paulo sobre o perigo da tolerância ao "fermento" em questões doutrinárias, e aplicando tal advertência ao que estamos aqui tratando, se medidas urgentes não forem tomadas contra a atual política editorial da CPAD, toda a massa assembleiana corre o risco de ser levedada pelo fermento do calvinismo.
Florença, 28/06/2018.
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