No meio evangélico
pentecostal clássico brasileiro, em especial nas Assembleias de Deus, o tema
"Crítica Textual" é bastante recente, considerando que nossa educação
teológica formal tem o seu início em 1959.
Por esta razão, muitos
pastore e obreiros em geral que lidam com a pregação e o ensino da Palavra, se
chocam quando se deparam com a informação de que as traduções e/ou versões da
Bíblia estão sujeitas a erros e correções textuais.
É também difundida entre
os assembleianos brasileiros, a equivocada ideia de que a versão de Almeida
Revista e Corrigida é a melhor tradução na língua portuguesa. Não são poucas as
vezes que a "tradição" da igreja supera o bom senso e a reflexão
inteligente, mesmo que tal reflexão se sustente em dados científicos
comprovados e confiáveis.
Particularmente, prefiro a
Almeida Revista e Atualizada, por ser uma tradução que parte do Novo Testamento
Grego das Sociedades Bíblicas Unidas, que juntamente com a edição Nestle-Aland,
é a mais conhecida e mais usada por comissões de tradução da Bíblia em todo o
mundo. A quarta edição do Novo Testamento Grego foi precedida por um exame
acurado de todos os manuscritos gregos disponíveis, bem como da evidência de
versões antigas e citações de passagens do NT em escritos dos Pais da Igreja.
Há menos que se descubram novos manuscritos, considera-se o estudo do texto do
Novo Testamento Grego concluído.
O conhecimento da crítica
textual nos proporciona uma maturidade ministerial na relação com o texto
bíblico neotestamentário, sem que isso implique no descrédito ou
comprometimento de sua inerrância e inspiração dos autógrafos (texto original).
Minha recomendação, é que
pastores, juntamente com todos aqueles que lidam com o estudo, pregação e
ensino das Sagradas Escrituras, busquem a educação teológica formal, onde
possam estudar o grego do Novo Testamento, e disciplinas como exegese do Novo
Testamento, hermenêutica e bibliologia.
Fazendo assim, poderão por si mesmos,
com muito temor e tremor, adquirir conhecimento suficiente para não viver como
"massa de manobra", sendo levado por ideias tradicionais e
denominacionais, interesses comerciais, ou de qualquer outra natureza, que não mais se
sustentam na era da informação e do conhecimento.
Para cooperar com o
conhecimento da crítica textual, mesmo daqueles que de imediato não poderão
fazer um curso teológico de nível avançado, segue abaixo algumas dicas
literárias:
- O Novo Testamento Grego. 4ª ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2007.
- Variantes Textuais do Novo Testamento: análise e avaliação do
aparato crítico de O Novo Testamento Grego"/ Roger L. Omanson. Barueri-SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
- Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento/Wilson Paroschi.
Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.
- O Texto do Novo Testamento: introdução às edições científicas do
Novo Testamento Grego bem como à teoria e prática da moderna crítica
textual/Kurt Aland e Barbara Aland. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2013.
- Tradução Bíblica: um curso introdutório aos princípios básico de
tradução/Katharine Barnwell. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
2011.
- Introdução Bíblica:como a Bíblia chegou até nós/Norman Geisler e
William Nix. São Paulo: Editora Vida, 1997.
O conhecimento sempre será um grande
investimento.
3 comentários:
Parabéns Pr. Altair por buscar despertar nossos irmãos para essa preciosa questão.
Fico feliz em já possui praticamente todos os listados pelo irmão, justamente por ter também essa preocupação.
Certamente se esse chamado for atendido muitas portas se abrirão para um conhecimento mais preciso da palavra de Deus.
Indicaria também a Almeida Séc. 21 e a Versão Brasileira da Bíblia (SBB). Essa última resgata a colocação do nome (ou pelo menos do nome popularizado) de Deus onde aparece "Senhor" como substituto do Tetragrama nas Almeidas.(Bem interessante)
Conheçamos e prossigamos em conhecer a Yahweh!
Paz seja contigo!
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