E
quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para
maior proveito do evangelho. De maneira que as minhas prisões em Cristo foram
manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; e muitos
dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a
palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a
Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; uns por amor, sabendo que
fui posto para defesa do evangelho; mas outros, na verdade, anunciam a Cristo
por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas
que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com
fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda.
(Fp 1.12-18)
Sempre que discuto a questão
que envolve as motivações para a pregação do evangelho na atualidade, que além
de inveja e porfia inclui o interesse financeiro-mercadológico, e outros mais,
escuto pessoas citarem Paulo: “Contanto que Cristo seja
anunciado...”.
Fazendo uma breve análise
sobre a questão, fica claro que Paulo entendia que a pregação do evangelho, que
em si mesmo é poderoso (Rm 1.16), resultaria na salvação de vidas. Dessa
maneira, é preciso separar os resultados da pregação, da prestação de contas
que o pregador fará a Deus.
Com certeza, ao longo dos
séculos, independentemente de quem o pregue e de suas reais motivações, o
evangelho tem transformado e libertado vidas. Tal fato, é bom deixar claro, não
justifica as reprováveis intenções dos seus mensageiros.
Aqueles que nos dias de hoje
estão buscando “lucrar” com a pregação do evangelho, e com isso fazendo crescer
os seus impérios pessoais (ou institucionais), no devido tempo serão tratados e
cobrados por Deus.
Ninguém se engane, pois os resultados
em números de conversões em nada diminui a responsabilidade pessoal de quem
lida com o Reino de Deus, como se esse fosse negócio, comércio e campo de
batalhas pessoais ou ministeriais.
Nesse sentido, as disputas fugiram
do campo pessoal para o institucional, onde vários templos são construídos por causa de
pirraças, birras, intrigas e competições entre ministérios locais, convenções
estaduais e nacionais.
Cada um que queira
demonstrar sua forçar pessoal, ministerial ou financeira, ou que queira
defender o seu “pedaço de terra”, sua “capitania hereditária”, seu “feudo” ou “campo”.
Nesse contexto, muitas justificativas são dadas por quem “invade” e por quem “se
defende do invasor”. No final de tudo, tenho a certeza de que o Justo Juiz
saberá tratar de cada questão.
O princípio da advertência
quanto aos falsos profetas cabe aqui também, pois os mesmos serão julgados por
suas intenções ou disposição interior (Mt 7.15), pelo que se passa em seus
pensamentos e motivações. Não é a simples aparência do fruto (obra, realização),
embora isso, dependendo do contexto tenha a sua devida importância, mas é a sua
essência que prova se de fato possui boa qualidade (Mt 7.16-20):
Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que
faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele Dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não
expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então,
lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade. (Mt 7.21-23)
Uma prática iníqua é resultado
de uma intenção ou motivação iníqua.
No momento, diante da pluralidade
de interesses que norteiam a pregação do evangelho, associada a nossa
incapacidade de conhecer plenamente as intenções e motivações dos pregadores e
dos construtores de templos, fico com o que Paulo escreveu: “Mas que importa? Contanto que Cristo seja
anunciado de toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me
regozijo e me regozijarei ainda.”
Não esqueço, contudo, de
continuar orando por todos.
Canaã dos Carajás-PA,
21/09/2012.
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